comıtė
o nicho V
12/04/24
Réu Vargas (José Smith Vargas)
No texto “Engodo”, Ian Svenonious desenvolve uma dicotomia entre os sons que reconhecemos e os sons que avançam sobre territórios desconhecidos - o engodo e a vanguarda. O punk, na sua missão iconoclasta, vive constantemente neste movimento pendular, resgatando memórias da cultura popular para as destruir de seguida, porque, de maneira informal, é profundamente consciente de que para criar a melhor poesia é preciso destruir os pressupostos poéticos de uma determinada Situação. Neste nicho#5, escutamos alguns momentos em que o punk se dedicou, voluntária ou involuntariamente, à melancolia em vez da distopia, à narração em vez da maldição, à canção em vez da destruição sónica. Com a ajuda de The Kinks, The Raincoats, Captain Sensible, Poison Girls, Sin Dios ou René Binamé, talvez percebamos que essa oposição (tradição-vanguarda) não é assim tão linear.
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